O Movimento Childfree surgiu nos anos 70 como a opção de não querer ter filhos! Existem imensos motivos, desde os pessoais, ecológicos, económicos e sociais.
No meu caso, estes motivos estão todos interligados e não se dissociam da minha escolha de não querer procriar e conceber outros seres humanos.
Tendo em conta a minha história é engraçado verificar como nunca quis ter filhos, nunca quis casar, nunca me identifiquei com esses ideais que as minhas colegas e amigas tinham e sempre me senti à parte quando falavam desse sonho.
No meu caso, estes motivos estão todos interligados e não se dissociam da minha escolha de não querer procriar e conceber outros seres humanos.
Tendo em conta a minha história é engraçado verificar como nunca quis ter filhos, nunca quis casar, nunca me identifiquei com esses ideais que as minhas colegas e amigas tinham e sempre me senti à parte quando falavam desse sonho.
Ora, não admira que uma mulher aspire a esse ideal sendo que fomos socializadas e pressionadas para sermos mães e por temos um papel reprodutor associado e vinculado. Vivemos numa sociedade profundamente patriarcal que usa os Media e formas consensuais de condicionamento social e até teorias psicológicas para perpetuarem o Mito da Felicidade de Procriar, de trazer uma criança ao mundo, e como as mulheres precisam disso para se sentirem preenchidas. Ou seja, este sistema reforça a necessidade de ter filhos pois transmite que uma mulher só é uma mulher se for mãe.
No entanto, falhamos em compreender como a reprodução é uma fonte de dependência e opressão da sociedade patriarcal e eu não quero contribuir para as mesmas instituições que nos oprimem.
Considero caricato como as pessoas que têm filhos e querem ter filhos têm uma atitude acusatória para com os casais que escolhem não os ter, quando na verdade os seus argumentos para procriarem são geralmente egoístas, tais como:
- "Depois não vais ter ninguém para cuidar de ti";
- "Não vais ter ninguém que te ame incondicionalmente";
- "Quando encontrares o homem certo vais mudar de ideias", etc.
Para além dos primeiros argumentos serem egoístas, o último promove a exclusão lgbt pois nem todos nós nos enquadramos nesta sociedade heterossexista. Há que ter em conta também que a parentalidade biológica não corresponde necessariamente a boas práticas parentais, no entanto a sociedade patriarcal pensa que a mulher que procria é a pessoa mais adequada para educar uma criança.
No meu ver, estas pessoas sentem-se atacadas porque nós escolhemos não seguir os papéis de género convencionais e instituídos, tendo assim a necessidade de acusar a nossa decisão consciente de forma a preservar e manter o status quo vigente. Será que não procriamos mais por uma necessidade de reproduzir o que vemos à nossa volta do que apenas por mera vontade?
Para além de um motivo feminista, dentro das razões sociais, convém reiterar que existem milhões de crianças orfãs a dormirem nas ruas, a lutarem pela sua sobrevivência, sem um carinho, sem um afecto, sem uma cama para dormir ou algo para comer.
Assim, não consigo conceber trazer mais uma criança ao mundo quando existem tantas a precisarem de carinho e afecto, a precisarem de uma família e de alguém que cuide delas. Se querem realmente educar uma criança, porque não optam por dar o vosso amor a quem mais precisa?
Ser Child-free para mim é uma decisão política, é uma escolha consciente em não querer participar nos mesmos modelos que nos oprimem e, para além de ser motivada por uma questão de justiça social, é também uma questão ecológica pois vivemos num mundo soprepopulado, com recursos finitos.
Num mundo onde a água escasseia, o solo está contaminado, a nossa comida envenenada e o ar poluído, não me parece sinceramente que seja uma cenário próspero para trazer outra criança ao mundo.
Ser Child-free (livre de filhos) que é bem diferente de ser child-less (sem filhos), traduz também esta preocupação ambiental pois reduzimos a nossa pegada ecológica. Não sei se sabem, mas por cada criança que procriamos, a pegada aumenta 7 vezes. Pensem só na quantidade de fraldas gastas e têm uma ideia.
Para além destes motivos, existem razões pessoais que não são menos válidas por isso. Há pessoas que simplesmente não querem ter filhos porque não querem, porque não se identificam com essa ideia, porque não faz parte dos seus planos, porque não se revêem no papel de mãe ou de pai. Aliás, existem estudos que comprovam que as pessoas que têm filhos têm vidas mais stressantes e que as pessoas que não têm filhos acabam por ser mais felizes. Para além que a maioria que não tem filhos nunca se arrependeu dessa decisão.
Concluindo, queria salientar novamente que ser childfree é uma decisão pessoal consciente, um posicionamento político e uma preocupação ecológica.
Para mim é acima de tudo uma atitude subversiva numa sociedade que valoriza a instituição da maternidade biológica com o objectivo único de manter a mulher sob controlo do homem, que premeia a imagem da mãe heterossexual e heroína que se sacrifica.
Antes de se ser Mãe, é-se Mulher e mesmo antes disso é-se Pessoa! Uma Mulher não tem que ser Mãe para ser mais Mulher!
No entanto, falhamos em compreender como a reprodução é uma fonte de dependência e opressão da sociedade patriarcal e eu não quero contribuir para as mesmas instituições que nos oprimem.
Considero caricato como as pessoas que têm filhos e querem ter filhos têm uma atitude acusatória para com os casais que escolhem não os ter, quando na verdade os seus argumentos para procriarem são geralmente egoístas, tais como:
- "Depois não vais ter ninguém para cuidar de ti";
- "Não vais ter ninguém que te ame incondicionalmente";
- "Quando encontrares o homem certo vais mudar de ideias", etc.
Para além dos primeiros argumentos serem egoístas, o último promove a exclusão lgbt pois nem todos nós nos enquadramos nesta sociedade heterossexista. Há que ter em conta também que a parentalidade biológica não corresponde necessariamente a boas práticas parentais, no entanto a sociedade patriarcal pensa que a mulher que procria é a pessoa mais adequada para educar uma criança.
No meu ver, estas pessoas sentem-se atacadas porque nós escolhemos não seguir os papéis de género convencionais e instituídos, tendo assim a necessidade de acusar a nossa decisão consciente de forma a preservar e manter o status quo vigente. Será que não procriamos mais por uma necessidade de reproduzir o que vemos à nossa volta do que apenas por mera vontade?
Para além de um motivo feminista, dentro das razões sociais, convém reiterar que existem milhões de crianças orfãs a dormirem nas ruas, a lutarem pela sua sobrevivência, sem um carinho, sem um afecto, sem uma cama para dormir ou algo para comer.
Assim, não consigo conceber trazer mais uma criança ao mundo quando existem tantas a precisarem de carinho e afecto, a precisarem de uma família e de alguém que cuide delas. Se querem realmente educar uma criança, porque não optam por dar o vosso amor a quem mais precisa?
Ser Child-free para mim é uma decisão política, é uma escolha consciente em não querer participar nos mesmos modelos que nos oprimem e, para além de ser motivada por uma questão de justiça social, é também uma questão ecológica pois vivemos num mundo soprepopulado, com recursos finitos.
Num mundo onde a água escasseia, o solo está contaminado, a nossa comida envenenada e o ar poluído, não me parece sinceramente que seja uma cenário próspero para trazer outra criança ao mundo.
Ser Child-free (livre de filhos) que é bem diferente de ser child-less (sem filhos), traduz também esta preocupação ambiental pois reduzimos a nossa pegada ecológica. Não sei se sabem, mas por cada criança que procriamos, a pegada aumenta 7 vezes. Pensem só na quantidade de fraldas gastas e têm uma ideia.
Para além destes motivos, existem razões pessoais que não são menos válidas por isso. Há pessoas que simplesmente não querem ter filhos porque não querem, porque não se identificam com essa ideia, porque não faz parte dos seus planos, porque não se revêem no papel de mãe ou de pai. Aliás, existem estudos que comprovam que as pessoas que têm filhos têm vidas mais stressantes e que as pessoas que não têm filhos acabam por ser mais felizes. Para além que a maioria que não tem filhos nunca se arrependeu dessa decisão.
Concluindo, queria salientar novamente que ser childfree é uma decisão pessoal consciente, um posicionamento político e uma preocupação ecológica.
Para mim é acima de tudo uma atitude subversiva numa sociedade que valoriza a instituição da maternidade biológica com o objectivo único de manter a mulher sob controlo do homem, que premeia a imagem da mãe heterossexual e heroína que se sacrifica.
Antes de se ser Mãe, é-se Mulher e mesmo antes disso é-se Pessoa! Uma Mulher não tem que ser Mãe para ser mais Mulher!